POR QUE SER EDUCADOR DE AUTISTA?

Às vezes me faço esta pergunta. Poderia ser educador de “outros”. Se bem que, um bom tempo de minha jornada como educador foi percorrido dentro das paredes de escolas ditas convencionais. Não vou aqui  discorrer esta  trajetória que fiz. Pois seria enfadonha a narrativa. E quem (Por céus!) teria paciência por escutá-la?
         Voltando à questão inicial, “Por que ser educador de autista?”. Esta resposta, durante 10 anos de trabalho com autistas, foi (ainda está!) sendo moldada. Considero que há inúmeras respostas diferentes e únicas em si mesmas, assim como os autistas.
         Uma vez, conversando com uma mãe que tem uma criança autista, falei-lhe que as crianças me fizeram, progressivamente, ver o mundo de outra maneira. Ou pelo menos me fizeram ser flexível em minhas posturas diante da vida – nada de condicionamento rígido funcionaria dentro desta mudança. Acho que aqui tem um início do desenrolar da resposta:  ousadia comigo mesmo em quebrar condicionamentos e superar meus próprios medos de ser-me ousado.
         Mas... E se um autista virasse para mim e perguntasse: “Por que o senhor é meu educador?”.
         Responderia: “Você sabe de coisas que eu não sei e eu sei de coisas que você não sabe. E nós dois sabemos de muitas coisas. Então, podemos aprender juntos”.
         Talvez a resposta fosse esta. É talvez...

Prof. Nilson Costa Filho
Pedagogo/Psicopedagogo/Psicomotricista

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