Audiência Pública na Assembléia Legislativa do Amazonas Comemora o Dia Mundial da Conscientização do Autismo


Hoje, dia 01/04/11, aconteceu a Audiência Pública na Assembléia Legislativa do Amazonas em Comemoração a Conscientização do Autismo , com a participação de vários Setores da Sociedade, Pais, familiares e amigos de pessoas com Autismo. A audiência Pública foi marcado por pronunciamentos emocionantes e de pedido de providências pela Causa do Autismo. Agradecemos a todos que estiveram presentes no evento e em especial ao Deputado Ricardo Nicolau e ao Vereador Homero de Miranda Leão.
Leiam na íntegra o pronunciamento feito pela Ana Maria Nascimento
Manaus, 1º de abril de 2011

Ilmo. Sr. Ricardo Nicolau

MD. Deputado Estadual do Amazonas

Nós pais, ao cumprimentar o excelentíssimo Deputado Ricardo Nicolau, parabenizamos pela brilhante atuação frente a Presidência desta casa.

Por ocasião desta homenagem em comemoração ao DIA MUNDIAL DA CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO 2 de abril, sentimo-nos honrados em saber que nossos filhos estão sendo lembrados EFETIVAMENTE por pessoas que podem mudar o destino de cada um deles, através de políticas públicas que possibilitem às pessoas com transtorno do espectro autista ter uma vida digna e mais saudável. Por isso, não poderíamos nos omitir frente as mazelas que ainda ocorrem no interior de muitos lares e de algumas instituições onde estão presentes crianças, adolescentes e jovens com transtorno do espectro autista, precisando de terapias nas diversas áreas, atendimento educacional especializado, esporte, cultura, lazer...

Haja vista que, no Estado do Amazonas ainda não existe um Centro de Atendimento do governo que ofereça tratamento terapêutico e educacional especializado aos portadores desta síndrome. O que implica na procura de profissionais que geralmente se especializam em outras capitais do país tornando seus serviços de alto custo. Mas, os pais de baixa ou nenhuma renda, não conseguem pagar, pois muitos deixam seus empregos para cuidar dos filhos especiais e passam a “viver” somente do benefício que recebem do Governo Federal através do INSS.

Quando procuram o setor público, nunca tem vaga para os especialistas que formam a equipe multiprofissional da qual essas crianças tanto precisam, quando encontram algum lugar onde conseguem uma vaga para os filhos, infelizmente se deparam com outra coisa muito triste, mas que também faz parte dessa realidade amazonense, a falta de pessoal devidamente qualificado e habilitado para tratar desses seres tão especiais. Não queremos aqui denunciar ou denegrir a imagem de nenhuma instituição pública, mas tomaremos algumas como exemplo pensando no bem maior dos nossos filhos, que merecem ser tratados com respeito e dignidade como qualquer ser humano. Por exemplo, na própria Escola Estadual de Atendimento Específico Mayara Redman Abdel Aziz – CAESP – Centro de Apoio Educacional Especializado, uma pedagoga fala que não está lá para ficar “apanhando” de autista, uma psicopedagoga, por sua vez, afirma que se uma criança já está fazendo alguma terapia em um lugar público, não deve mais fazer outra terapia lá neste centro, pois existem várias crianças na lista de espera. O que essas pessoas precisam saber, primeiramente é como lhe dar com essas crianças e que elas precisam de tantas terapias quantas forem possíveis, pois a síndrome que elas tem trata-se de um TRANSTORNO INVASIVO DO DESENVOLVIMENTO e como tal, não espera o tempo passar, ao contrário, age de forma cruel e impiedosa impedindo que esses pequenos tenham uma vida saudável e cheia de esperanças. Outrossim, é sobre a falta de estrutura e de profissionais devidamente qualificados na Escola Estadual Manoel Maçal, pois o prédio é um desrespeito aos alunos que lá se encontram, numa estrutura de dois andares onde aparentemente crianças ficam presas em cada cela, digo sala.

Convidamos vossas excelências e público em geral a fazer uma visita a essas e outras instituições, tanto do estado quanto do município.

A verdade é que precisamos agir de maneira sistemática, coletiva, urgente e eficaz para que possamos fazer algo por esses pequenos, antes que seja tarde demais, antes que não tenha mais jeito. Precisamos de ajuda para que nossos filhos recebam esses atendimentos com dignidade, habilidade, competência e capacidade, tolerância e, sobretudo COMPETÊNCIA por parte dos profissionais e mais seriedade por parte das autoridades.

Torna-se cada vez maior o número de crianças e adolescentes que não recebem o devido tratamento e o prognóstico de grau severo a profundo é, muitas vezes, irreversível por falta dos cuidados essenciais ao seu desenvolvimento.

Neste sentido, apresenta aqui uma série de sugestões de pessoas que lidam diariamente com essas situações aqui no Estado do Amazonas. 1) Implantação com urgência de uma instituição de atendimentos essenciais em que nossos filhos recebam atendimentos terapêuticos de qualidade.

Tomamos como exemplo, a CASA DA ESPERANÇA, uma instituição de referência nacional que fica na cidade de Fortaleza-Ceará, tendo em vista a metodologia através do método SCERT que prioriza a inserção do autista na vida social através do apoio da família, onde seus filhos recebem atendimento particular ou gratuito/SUS em diversos setores como:

a)circuito(de 2 a 6 anos),


b)Educacional Especializado (de 6 a 14anos),


c) Oficinas (os que não conseguem aprender conteúdos acadêmicos tradicionais),


d)EJA(aos que já passam de 14 anos)


e)vivências (aos casos graves e profundos/severos).


Além da formação continuada dos servidores, e a organização de cooperativa pelo setor de Assistência Social com os pais que permanecem na casa desenvolvendo diversos trabalhos manuais que lhes proporcionam lucros e aumento da renda familiar, acompanhamento psicológico e esportivo. Essas atividades acontecem no turno matutino ou vespertino durante o período em que seus filhos recebem atendimento das diversas terapias oferecidas pela casa:

 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO;

 CLÍNICA MÉDICA;

 COMPUTAÇÃO;

 FISIOTERAPIA;

 FONOAUDIOLOGIA;

 MUSICOTERAPIA;

 NATAÇÃO;

 HIDROTERAPIA;

 OFICINAS DE ARTES: (Artes no papel, pintura em tela, dança, teatro, lancheria...)

 PSICOLOGIA;

 TERAPIA OCUPACIONAL;

 EQUOTERAPIA através de convênio firmado com a cavalaria da Polícia Militar.

SUGERIMOS QUE HAJA UMA FORMAÇÃO AOS SERVIDORES, PAIS E DEMAIS CUIDADORES DOS AUTISTAS EM MANAUS. SERIA INTERESSANTE QUE PUDÊSSEMOS FAZER UM MEGA SEMINÁRIO CONVIDANDO PROFISSIONAIS COMPETENTES E COM EXPERIÊNCIA PARA SOMAR ESFORÇOS AO GOVERNO DO ESTADO NO SENTIDO DE OTIMIZAR O ATENDIMENTO AOS PORTADORES DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA TANTO NA ÁREA EDUCACIONAL, QUANTO NA ÁREA DA SAÚDE E ÁREAS AFINS, EM MANAUS E NOS DEMAIS MUNICÍPIOS DO AMAZONAS, ONDE TAMBÉM EXISTEM PESSOAS SEM OS DEVIDOS ATENDIMENTOS.

3) Melhoria da infra-estrutura e aumento de pessoal que atendem o setor de EQUOTERAPIA da Cavalaria da PM.

A sessões de EQUOTERAPIA são significativas para o desenvolvimento de uma criança autista. Mas, na sede da cavalaria da PM do Amazonas, infelizmente, só acontece uma vez por semana por criança (quando os policiais não têm outras atividades consideradas de maior importância para a Segurança Pública), pois quando isso acontece, esses pacientes ficam sem atendimento. Assim, sugerimos o aumento do quadro de profissionais que trabalham neste setor, haja vista a quantidade insuficiente de atendimentos e sessões, além de não ter terapias quando chove, porque não existe um Picadeiro coberto, o que favoreceria o atendimento nos horários em que o sol é mais forte e certamente o número de crianças atendidas aumentaria significativamente.


E... "Pra não dizer que não falei das flores, parabenizo a ação de pais que se ajudam entre si do jeito que podem".

Diante do exposto, esperamos que nossas sugestões sejam vistas com muita seriedade e que se tornem úteis ao que preconizamos uma ESPERANÇA AOS NOSSOS PEQUENOS AUTISTAS que sofrem pela exclusão, intolerância e incompreensão.

Ana Maria Nascimento

aninhanascimento2002@bol.com.br/ autismonoamazonas@gmail.com

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