Como já mencionamos anteriormente, nunca se ouviu falar tanto em inclusão como nos últimos tempos: inclusão escolar, inclusão social e familiar, entre outros.
Mas, é preocupante como a tão desejada inclusão está acontecendo, ou pelo menos “tentando acontecer”, principalmente quando se trata de inclusão escolar. Em muitas instituições educacionais, não se conhece, nem se pratica adequadamente a inclusão.
Os próprios profissionais da educação, em sua maioria nem sabe as definições e o verdadeiro significado de inclusão. Qual é a maneira adequada para incluir o aluno especial? No caso, o portador do espectro autista? Já ouvi até algumas pessoas dizendo: “Ah, se é pra incluir, então devemos largá-lo no interior da escola e deixá-lo com os outros alunos, pois ele tem que aprender a dar o seu jeito”cic.
É preciso voltar o olhar para o principal sujeito desse processo, quais suas limitações, suas potencialidades, de que maneira será mais fácil conquistá-lo, chamar sua atenção para o que acontece no interior da sala de aula, o que o atrai e o que mais gosta de fazer, enfim: fazê-lo participar o mais próximo possível dos seus pares nas ações pedagógicas, tanto na sala de aula, quanto nas atividades extra-classe.
Mas é essencial que cada pessoa que trabalha com esse sujeito possa acreditar que é possível inseri-lo, acreditar verdadeiramente na sua capacidade de aprender mesmo com suas dificuldades, considerando que eles têm seu ritmo e jeito próprio de ser. Por isso, devem ser constantemente estimulados a desenvolver as diversas atividades realizadas na escola pelos seus colegas, mesmo que pareçam difíceis, mas devem tentar fazer até que consigam e receber muitos elogios e incentivos de todos.
Importante salientar que os autistas possuem diversas e diferentes variações de inteligência, que não são todos os que são considerados aptos à inclusão escolar, pois isso depende do quadro clínico de cada um, de uma série de condições da escola, da estrutura física e organização curricular, bem como de uma equipe pedagógica capacitada para atender essa demanda.
Por isso, se faz essencial, a realização de uma avaliação pelos devidos profissionais que compreendam e conheçam sobre o transtorno do espectro autista para que a inclusão possa acontecer verdadeiramente no interior da instituição escolar desde o dia em que o pai e/ou a mãe procuram pelos seus serviços.
Com relação aos colegas, muitos podem achar estranho o comportamento dos autistas, mas com as devidas orientações de professores e demais funcionários da escola e a convivência com eles, tudo vai se organizando, inclusive a rotina do autista que passa a ter a escola como a continuidade, a complementação, a extensão do seu lar.
O mais importante disso tudo é integrá-los à sociedade, pois eles possuem dificuldades em fazê-lo e a escola é uma das principais facilitadoras para que isso possa acontecer.
Autora: Ana Maria Nascimento
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